domingo, 24 de janeiro de 2010

CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO AVÍCOLA NO RECÔNCAVO BAIANO



A produção avícola no Recôncavo Baiano vem tendo um aumento muito significativo. Nessa região localizam-se os maiores abatedouros do Nordeste, a exemplo da multinacional Perdigão. Segundo a direção da empresa, trabalham mais de dois mil funcionários, em regime de dois turnos alternando-se. Nela são produzidos diversos tipos de alimentos, como mortadelas, salsichas e outros derivados do frango. Hoje essa empresa é uma das que mais geram empregos na Bahia. Estima-se que lá sejam abatidos cerca de cento e cinqüenta mil frangos por dia, totalizando em torno de trinta caminhões carregados de frangos.
Esta é uma atividade econômica recente em São Gonçalo dos Campos e nessa região. Foi implantada há apenas dez anos, e, hoje, ela é quem mais gera emprego e renda. Mas, isto ocorre porque esta atividade está ligada ao agronegócio, principalmente num país onde a economia é primária e baseada na agricultura e na pecuária. O frango, ele tem em média 45 dias para ficar no ponto para o abate, sendo que essa atividade requer muitos cuidados pelo criador.
Outro setor que proporciona emprego aos moradores da região é o das granjas. Elas empregam numa média de cinco pessoas por galpão. Isto significa uma estimativa de duzentos empregos diretos. O processo da “panha” é outra área também que gera bastante emprego. A panha, segundo os avicultores, é o processo pelo qual o frango é retirado das granjas, durante á noite e levado para o abate. Segundo Agnaldo, que é funcionário de uma granja na Fazenda da Lama em São Gonçalo dos Campos, esse processo é feito á noite, porque os frangos já se alimentaram bastante durante o dia, e não correm o risco de perder peso. Falando-se ainda em emprego, um caminhão leva em media cinco pessoas, para fazer esse processo da panha, gerando em torno de duzentos empregos diretos. Hoje, no município de São Gonçalo, existem cerca de 30 galpões, dados da associação de produtores de frango do município.
Um dos fatores que fizeram com que essa atividade se desenvolvesse bastante, foi o clima fresco da região do Recôncavo, porque o frango não se adapta ao clima quente, o que não é o caso desta região. Segundo os veterinários da empresa Perdigão, isso faz com que o frango ganhe peso mais rápido.
O setor andou passando por algumas crises há uns dois anos, quando a gripe do frango começou a se disseminar pelo mundo, inclusive as empresas demitiram muitas pessoas, mas com o tempo a situação foi se normalizando até se acalmar, e hoje o setor voltou a dominar o mercado.


AS CONSEQUÊNCIAS DA PRODUÇÃO AVÍCOLA

Embora aparentemente inofensiva, ela traz muitas conseqüências negativas para a região, uma delas é o odor que os animais transmitem, principalmente quando estão sendo transportados. Pessoas que residem perto de galpões de frango, relatam que ao acordarem sentem-se mal, por conta do odor do frango que é forte demais, e pode causar até doenças de Pele, náusea e vômito. E sem falar que quando o frango está sendo transportado, é aquele transtorno. Quando o caminhão passa pelas ruas da cidade, abala todas as estruturas das casas, provocando rachaduras nas mesmas. Esta é uma das inúmeras conseqüências da produção avícola.
Outro fator preocupante é a ocorrência freqüente de lesões por movimentos repetitivos entre os funcionários. Mesmo que assistidos pela empresa, eles ficam muitas vezes impossibilitados de desenvolver outras atividades. É sempre bom lembrar, que essas empresas se instalaram na região por conta de isenção fiscal, da mão de obra barata e do grande “exército de reserva” dos assalariados.

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